Jair Bolsonaro e Paulo Guedes
Por Helena Chagas, para o Jornalistas pela Democracia - A principal conclusão da última pesquisa do Datafolha, que apontou crescimento de 5 pontos (32% para 37% de ótimo e bom) na avaliação positiva e queda de 10 p.p (44% para 34% de ruim e péssimo) na rejeição de Jair Bolsonaro é de que ele está amarrado ao auxílio emergencial de R$ 600 — que não foi nem ele que criou e que não tem como manter.
Todo mundo se lembra que a ideia de aliviar o impacto da pandemia junto à população de baixa renda nasceu na oposição, no Congresso, e foi adotada por seus dirigentes. O governo, via Paulo Guedes, queria dar R$ 200. Rodrigo Maia botou então R$ 500 na mesa e Bolsonaro, para superá-lo, trucou com R$ 600. Como se vê, fez muito bem, porque agora quem está levando os louros é ele. Na análise do próprio Datafolha, o auxílio é o principal motor do crescimento da popularidade do presidente. O que leva à pergunta óbvia: o que acontecerá com ele quando a ajuda parar de ser paga?
Se parar de pagar o auxílio emergencial, que hoje é recebido por 40% da população como um todo e por 75% dos desempregados do país, o presidente vai despencar nas pesquisas. Então, vai fazer tudo para não parar, e é aí que mora o perigo para Paulo Guedes, o mercado e todos que, há dois dias, fizeram força para acreditar nas juras de fidelidade de Bolsonaro a itens da cartilha liberal como o teto de gastos.
O presidente vai arrumar um jeito de gastar, e isso ficou claro antes mesmo de ser divulgada a pesquisa que confirma a influência do auxílio emergencial na avaliação de seu governo. Já na live desta quinta-feira, Bolsonaro admitiu que, sim, o governo discutiu a possibilidade de furar o teto de gastos: “Qual é o problema?”.
Guedes é que vai sabe qual é o problema, porque, além de um teto abafado, o governo não tem recursos para manter o pagamento dos R$ 600 em 2021. E nem mesmo para recauchutar o Bolsa Família, que será chamado de Renda Mínima, e ampliá-lo para atender a essas pessoas todas com pagamentos mensais que não chegariam nem a R$ 300. As contas da equipe econômica para isso não fecham nem com a criação da nova CPMF, que ainda está no patamar de terreno na lua.
O confronto final entre as forças desenvolvimentistas — que estimulam Bolsonaro a gastar em busca da reeleição — e liberais do governo pode estar mais próximo do que se pensa. Alguém vai sucumbir nessa armadilha.
Fonte: Brasil 247/(Foto: Marcos Corrêa/PR)
Por Helena Chagas, para o Jornalistas pela Democracia - A principal conclusão da última pesquisa do Datafolha, que apontou crescimento de 5 pontos (32% para 37% de ótimo e bom) na avaliação positiva e queda de 10 p.p (44% para 34% de ruim e péssimo) na rejeição de Jair Bolsonaro é de que ele está amarrado ao auxílio emergencial de R$ 600 — que não foi nem ele que criou e que não tem como manter.
Todo mundo se lembra que a ideia de aliviar o impacto da pandemia junto à população de baixa renda nasceu na oposição, no Congresso, e foi adotada por seus dirigentes. O governo, via Paulo Guedes, queria dar R$ 200. Rodrigo Maia botou então R$ 500 na mesa e Bolsonaro, para superá-lo, trucou com R$ 600. Como se vê, fez muito bem, porque agora quem está levando os louros é ele. Na análise do próprio Datafolha, o auxílio é o principal motor do crescimento da popularidade do presidente. O que leva à pergunta óbvia: o que acontecerá com ele quando a ajuda parar de ser paga?
Se parar de pagar o auxílio emergencial, que hoje é recebido por 40% da população como um todo e por 75% dos desempregados do país, o presidente vai despencar nas pesquisas. Então, vai fazer tudo para não parar, e é aí que mora o perigo para Paulo Guedes, o mercado e todos que, há dois dias, fizeram força para acreditar nas juras de fidelidade de Bolsonaro a itens da cartilha liberal como o teto de gastos.
O presidente vai arrumar um jeito de gastar, e isso ficou claro antes mesmo de ser divulgada a pesquisa que confirma a influência do auxílio emergencial na avaliação de seu governo. Já na live desta quinta-feira, Bolsonaro admitiu que, sim, o governo discutiu a possibilidade de furar o teto de gastos: “Qual é o problema?”.
Guedes é que vai sabe qual é o problema, porque, além de um teto abafado, o governo não tem recursos para manter o pagamento dos R$ 600 em 2021. E nem mesmo para recauchutar o Bolsa Família, que será chamado de Renda Mínima, e ampliá-lo para atender a essas pessoas todas com pagamentos mensais que não chegariam nem a R$ 300. As contas da equipe econômica para isso não fecham nem com a criação da nova CPMF, que ainda está no patamar de terreno na lua.
O confronto final entre as forças desenvolvimentistas — que estimulam Bolsonaro a gastar em busca da reeleição — e liberais do governo pode estar mais próximo do que se pensa. Alguém vai sucumbir nessa armadilha.
Fonte: Brasil 247/(Foto: Marcos Corrêa/PR)
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