Taipé monitora ações chinesas por meio de mísseis e navios
Pequim informou que mobilizou caças com “munição real” e o porta-aviões Shandong para executarem “ataques simulados” a alvos em Taiwan, após ter cercado o território com dezenas de aviões e navios de guerra.
"Vários grupos de caças H-6K realizaram ataques simulados em alvos importantes na ilha de Taiwan”, informou o Comando do Teatro de Operações Oriental do Exército de Libertação Popular, acrescentando que o Shandong também participou dos exercícios.
Além das patrulhas de prontidão de combate, o Exército de Libertação Popular da China vai realizar exercícios com fogo real na baía de Luoyuan, na província de Fujian, que fica no Leste da China e diante de Taiwan, anunciou a Autoridade Marítima local no fim de semana.
O Exército chinês enviou dezenas de caças e 11 navios de guerra para região próxima a Taiwan, após o encontro, na passada semana, entre a líder da ilha, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano, Kevin McCarthy, informou hoje o Ministério da Defesa de Taiwan.
De ontem (9) para hoje, 70 aviões cruzaram a linha mediana do estreito de Taiwan, uma fronteira não oficial que já foi tacitamente respeitada pelos dois lados, de acordo com o comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan. Entre os aviões que cruzaram o espaço aéreo constam oito caças J-16, quatro caças J-1, oito caças Su-30 e aviões de reconhecimento.
A situação ocorre depois de, entre sexta-feira (7) e sábado, oito navios de guerra e 71 aviões chineses terem sido detectados perto de Taiwan, de acordo com o Ministério de Defesa da ilha. Em comunicado, o ministério informou que analisa a possibilidade de não gerar conflitos e não causar disputas.
Taipé monitora os movimentos chineses por meio dos sistemas de mísseis em terra e navios da Marinha.
Segundo o Ministério da Defesa, o Shandong conduziu operações em águas próximas das Ilhas Okinawa, do Japão, nesse domingo.
O Japão há muito se preocupa com as atividades militares da China na área, dada a proximidade das ilhas do Sul. A ilha japonesa de Miyako é a quarta maior das Okinawa, que acolhem uma base aérea dos EUA.
“Caças, jatos e helicópteros se deslocaram e pousaram no porta-aviões pelo menos 120 vezes entre sexta e domingo, a menos de 230 quilômetros da ilha japonesa de Miyako”, acrescentou o Ministério da Defesa japonês.
USS Milius
A Marinha norte-americana anunciou que um de seus navios realiza hoje uma operação no mar do Sul da China. “Esta operação de liberdade de navegação respeitou os direitos, liberdades e usos legais do mar”, disse a Marinha. O USS Milius passou perto das ilhas Spratly. O navio passou a menos de 12 milhas náuticas (22 quilômetros) do recife Mischief, reivindicado pela China e outros países da região e onde Pequim construiu um aeroporto e outras instalações.
Para a 7ª Frota da Marinha dos Estados Unidos, "segundo o direito internacional, áreas como o recife de Mischief, submerso na maré cheia em seu estado natural, não têm direito a um mar territorial". O recife fica a oeste da ilha de Palawan, nas Filipinas.
Taiwan
No fim da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa em 1949, o governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês.
A China considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação por meio da força, caso Taipé declare formalmente a independência.
Pequim reivindica praticamente todo o mar do Sul da China, via comercial estratégica e rica em recursos energéticos e pesqueiros, mas Taiwan, Filipinas, Brunei, Malásia e Vietnã também têm reivindicações.
Fonte: Agência Brasil
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