Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) desenvolve projetos com aproveitamento econômico, racional e sustentável da biodiversidade amazônica
Porto Velho, RO - O Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) tem vocação para ajudar a região a se consolidar como “a farmácia do mundo”, é o que avalia o superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Bosco Saraiva.
Até pouco tempo integrado à Suframa, o CBA desenvolve projetos na área de bioeconomia. Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou decreto para qualificar a organização social que vai assumir a gestão do CBA, que até então era vinculado à Suframa. O centro, que trocou a palavra biotecnologia por bionegócios no nome oficial, desenvolve pesquisas e projetos na área de bioeconomia.
O centro passa a ser gerido pela Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA). Com personalidade jurídica própria — uma reivindicação antiga do Tribunal de Contas da União (TCU) —, o centro passa a ter mais autonomia para captar recursos públicos e privados e ampliar suas atividades.
Segundo o superintendente, o CBA está em uma fase de transição, com ajuste de contrato e captação de recursos privados.
Projetos do CBA
As iniciativas levam sempre em conta o aproveitamento econômico, racional e sustentável da biodiversidade amazônica.
Uma das pesquisas, conduzidas pelo químico Flávio Freitas, envolve a confecção de um bioplástico feito a partir da extração de amido da farinha (produto em abundância na região). Apesar de menos resistente que o plástico convencional, esse bioplástico é altamente biodegradável — em contato com o solo, em 30 dias ele degrada completamente, enquanto o plástico comum demora de 200 a 400 anos para degradar.
Pesquisas recentes encontraram nanopartículas, os microplásticos, no organismo humano. Os prejuízos à saúde humana ainda são incalculáveis.
Outra pesquisa de Freitas é um couro vegano desenvolvido a partir da celulose bacteriana, com baixo custo e de mais fácil obtenção em relação ao couro de origem animal. Além do uso comercial, tem sido estudada sua aplicação como curativo.
Assista ao vídeo:
Uma outra pesquisa envolve obtenção de catalisadores a partir de fontes renováveis como casca de tucumã, semente de cupuaçu, pedra da pescada para obtenção de biodiesel. O trabalho científico “Catalisadores a partir de fontes renováveis” foi indicado ao Eni Awards 2022, considerado o Nobel do Meio Ambiente e Sutentabilidade.
Trata-se de um biocombustível biodegradável, atóxico, livre de enxofre e aromáticos, com um ponto de ebulição superior ao do diesel. Ele também possui um maior potencial de reutilização.
Atrasado em um século”
Para Bosco Saraiva, o projeto de bioeconomia na Amazônia está “atrasado em um século”, pois o instituto deveria ter sido criado no tempo áureo do Ciclo da Borracha, entre o fim do século XIX e início do século XX.
“Quando eu faço essa relação de um século de atraso, eu vejo se a gente não cuidar de colocar muito recurso aqui dentro para que o recurso não seja um problema”, disse ele durante visita feita por jornalistas à sede da organização.
Ele ainda defende o papel da Zona Franca de Manaus em garantir a preservação de 97% da floresta. Criado no fim da década de 1960, o polo industrial promove o desenvolvimento regional e é colocado como alternativa à exploração predatória dos recursos naturais da Amazônia.
“A Amazônia é a farmácia do mundo e a Zona Franca preservou exatamente essa farmácia. Os nossos estados irmãos, infelizmente, como não tiveram oportunidade de terem as unidades fabris, sofreram”, afirmou Saraiva.
Porto Velho, RO - O Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) tem vocação para ajudar a região a se consolidar como “a farmácia do mundo”, é o que avalia o superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Bosco Saraiva.
Até pouco tempo integrado à Suframa, o CBA desenvolve projetos na área de bioeconomia. Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou decreto para qualificar a organização social que vai assumir a gestão do CBA, que até então era vinculado à Suframa. O centro, que trocou a palavra biotecnologia por bionegócios no nome oficial, desenvolve pesquisas e projetos na área de bioeconomia.
O centro passa a ser gerido pela Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA). Com personalidade jurídica própria — uma reivindicação antiga do Tribunal de Contas da União (TCU) —, o centro passa a ter mais autonomia para captar recursos públicos e privados e ampliar suas atividades.
Segundo o superintendente, o CBA está em uma fase de transição, com ajuste de contrato e captação de recursos privados.
Projetos do CBA
As iniciativas levam sempre em conta o aproveitamento econômico, racional e sustentável da biodiversidade amazônica.
Uma das pesquisas, conduzidas pelo químico Flávio Freitas, envolve a confecção de um bioplástico feito a partir da extração de amido da farinha (produto em abundância na região). Apesar de menos resistente que o plástico convencional, esse bioplástico é altamente biodegradável — em contato com o solo, em 30 dias ele degrada completamente, enquanto o plástico comum demora de 200 a 400 anos para degradar.
Pesquisas recentes encontraram nanopartículas, os microplásticos, no organismo humano. Os prejuízos à saúde humana ainda são incalculáveis.
Outra pesquisa de Freitas é um couro vegano desenvolvido a partir da celulose bacteriana, com baixo custo e de mais fácil obtenção em relação ao couro de origem animal. Além do uso comercial, tem sido estudada sua aplicação como curativo.
Assista ao vídeo:
Uma outra pesquisa envolve obtenção de catalisadores a partir de fontes renováveis como casca de tucumã, semente de cupuaçu, pedra da pescada para obtenção de biodiesel. O trabalho científico “Catalisadores a partir de fontes renováveis” foi indicado ao Eni Awards 2022, considerado o Nobel do Meio Ambiente e Sutentabilidade.
Trata-se de um biocombustível biodegradável, atóxico, livre de enxofre e aromáticos, com um ponto de ebulição superior ao do diesel. Ele também possui um maior potencial de reutilização.
Atrasado em um século”
Para Bosco Saraiva, o projeto de bioeconomia na Amazônia está “atrasado em um século”, pois o instituto deveria ter sido criado no tempo áureo do Ciclo da Borracha, entre o fim do século XIX e início do século XX.
“Quando eu faço essa relação de um século de atraso, eu vejo se a gente não cuidar de colocar muito recurso aqui dentro para que o recurso não seja um problema”, disse ele durante visita feita por jornalistas à sede da organização.
Ele ainda defende o papel da Zona Franca de Manaus em garantir a preservação de 97% da floresta. Criado no fim da década de 1960, o polo industrial promove o desenvolvimento regional e é colocado como alternativa à exploração predatória dos recursos naturais da Amazônia.
“A Amazônia é a farmácia do mundo e a Zona Franca preservou exatamente essa farmácia. Os nossos estados irmãos, infelizmente, como não tiveram oportunidade de terem as unidades fabris, sofreram”, afirmou Saraiva.
O superintendente da Suframa se disse otimista sobre a aprovação da reforma tributária no Congresso. Uma versão preliminar do relatório foi apresentado nessa terça-feira (6/6) pelo relator da matéria na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Cashback, imposto único e isenções. Veja pontos da Reforma Tributária
O regime tributário favorecido da Zona Franca de Manaus foi preservado no texto, mas o modelo ainda está em estudo.
Bosco Saraiva informou que a Suframa está assessorando a base parlamentar do governo no tema da reforma e está convencido de que as “vantagens comparativas” à Zona Franca serão mantidas.
“Nós estamos aguardando a solução para o texto. Estamos otimistas com relação à essa reforma tributária, sinceramente otimistas. Essa reforma é necessária para ajudar o Brasil, é fundamental. E ajudando o Brasil, estará nos ajudando também”, continuou ele.
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