A angústia de Calleri. Solitário, com o fim de relacionamento de sete anos, argentino quer a Copa do Brasil. Para diminuir sua tristeza

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A angústia de Calleri. Solitário, com o fim de relacionamento de sete anos, argentino quer a Copa do Brasil. Para diminuir sua tristeza


O atacante de 29 anos nega depressão. Mas confirma que vive momentos pessoais difíceis. Depois de sete anos está vivendo sozinho no Brasil. Sua namorada Micaela Fusca voltou para a Argentina.

Porto Velho, RO - 29 anos, no auge da vida.

Mas a solidão não é "privilégio" dos desfavorecidos.

Muito pelo contrário.

E atinge a todos.

Em pleno clima de euforia no Morumbi, com a perspectiva real da conquista inédita da Copa do Brasil, a preocupação de Dorival Junior, do líder Rafinha e dos demais jogadores do São Paulo está com Calleri.

Sem problema físico algum, suas dores são de outra alçada.

O argentino terminou, em fevereiro, o relacionamento com a influencer, também argentina, Micaela Fusca.

Depois de idas e vindas, o casal estava junto havia sete anos.

Eles faziam questão de mostrar a vida em comum nas redes sociais.

Era uma situação pública, que o atacante não fazia questão de esconder.

Pelo contrário, festejava, com fotos.

Micaela veio morar com o jogador, no Brasil, em 2016.

Antes, eles já tinham namorado. E ficado um ano separados.

Ela o acompanhou na tentativa de se firmar no futebol europeu.

Mas o atacante não conseguiu se impor na Inglatera, no West Ham, nem nas quatro tentativas em clubes diferentes da Espanha: Las Palmas, Alavés, Espanyol e Osasuna.

Até o retorno ao São Paulo, quando assinou contrato até 2025.


Ao contrário da maioria dos jogadores do clube, que moram em frente ao Centro de Treinamento, em um enorme condomínio de classe média na Barra Funda, chamado Jardim das Perdizes, Calleri optou por uma mansão em Barueri, em um condomínio de luxo.

Quando veio a separação, em fevereiro, Calleri passou a morar sozinho em uma casa muito grande.

E, sentimento comum em todos os seres humanos, passou a "conviver" com a solidão.

Os jogadores já haviam notado a mudança de comportamento, mas ele é um jogador muito sério e não dá espaço para comentários sobre sua vida pessoal.

Até que a expôs em uma entrevista no YouTube no canal do ex-jogador Matias Vargas.

E, talvez, sem pensar na repercussão que teria no Brasil, Calleri revelou sua profunda desilusão na vida pessoal. E sua enorme solidão.

A sequência de declarações é significativa.

"Há um mês, 20 dias, eu fiz dois gols em um clássico, ganhar, ser o melhor jogador em campo e chegar em minha casa e estar sozinho, me sentir sozinho. Não me importava a figura que havia sido há três horas. Não me importava nada o que os jornais falavam 'Calleri fez dois gols no clássico outra vez'. Nesse dia, me tornei o argentino com mais gols na história do São Paulo, o segundo estrangeiro com mais gols na história do São Paulo, e não me importava.


Sempre discreto, Calleri surpreendeu a todos com o cabelo descolorido, na semana passada

"A única coisa que queria era me sentir bem e eu não estava bem. Sim, no futebol eu estava bem, mas cheguei na minha casa, uma casa grande, onde antes estava cheia de pessoas, e não ouvia ninguém. 

Estava sozinho.

"Existem horas que às vezes o jogador e a pessoa vão para lados diferentes, haverá horas que a pessoa vai estar como o jogador, haverá vezes que o futebol estará de uma maneira e a pessoa de outro. Então, em partes, a vida pessoal e o futebol estão iguais e em outra hora não, como te dei esse exemplo. Eu tinha sido a figura do clássico, havia feito dois gols e cheguei na minha casa e sentia que não era feliz."

“Não estou passando pelo melhor ano da minha vida pessoal por problemas de relacionamento, mas eu tentei enxergar de outras perspectivas. Por experiência, eu tento lidar de outra forma diferente que eu fiz quando era mais novo e, por isso, talvez eu esteja em um lugar onde me sinto muito querido. Não sou ídolo [do São Paulo], porque não ganhei nenhum torneio importante, mas estou em um lugar onde se vou mal em duas, três, quatro, cinco partidas as pessoas vão me dar força e me apoiar igual faziam há dois, três, quatro meses atrás”.

“Se os contextos pessoal e futebolístico estão mal, você vai estar cada vez pior. Se, talvez, o pessoal neste momento não esteja bem, mas o futebolístico está bastante acima do pessoal, talvez vão se igualando.

"O futebol muitas vezes te tira de momentos pessoais ruins, porque, de verdade, quando entro em campo esqueço tudo o que acontece lá fora, desde que chego ao vestiário, faço o aquecimento e estou dentro de campo nos 90 minutos que jogo ou que tenha que jogar. Quando acaba, começo a pensar nos problemas que tenho, mas no meio, igualmente em treinamento, não é que eu diga: ‘eu quero esquecer todos os meus problemas’, mas que diretamente o futebol me faz esquecer de tudo."

Lógico que a situação repercutiu no Morumbi. Mas tanto Dorival Junior como o presidente Julio Casares e os companheiros de time respeitaram. Não quiseram questioná-lo.

Calleri seguiu treinando e jogando neste mês depois da entrevista.

Descoloriu o cabelo, o que trouxe um certo estranhamento, já que ele costuma ser discreto.

E ele teve uma atuação de sacrifício, de muita luta na primeira final da Copa do Brasil.

O gol que marcou no Maracanã, contra o Flamengo, foi comemorado com entusiasmo acima do normal. Por ser em uma decisão e por conseguir provar para ele mesmo que a vida continua, mesmo com o fim do seu relacionamento.

"Por dar uma entrevista um pouco mais tranquila a um amigo que jogou comigo no Espanyol, a gente atribuiu isso à minha vida pessoal, mas eu não estou triste, não.

"Eu falei que me sentia sozinho. É questão da vida, parte da vida. Todo mundo passa por problemas pessoais. Alguns maiores, outros menores.

"Mas eu estou feliz. Eu sou feliz com a camisa do São Paulo. Sempre falei que a minha felicidade é jogar futebol. Estou no lugar que eu quero, com o pessoal que eu quero. E com o time tentando levar um campeonato. Não encontro um lugar mais feliz hoje."


O gol contra o Flamengo calou o Maracanã. Depois do jogo, Calleri negou depressão

Enquanto isso, Micaela Fusca segue postando fotos de biquíni no seu Instagram.

Deixando claro o rompimento.

Situação particular, mas que os dois tornaram pública.

Que mexeu muito com a vida de Calleri.

Mas o futebol foi o refúgio para o argentino.

Por isso, há uma certeza para Dorival.

A dedicação do seu atacante será ainda maior na final.

O título seria fundamental.

Para espantar a tristeza do rompimento...

Fonte: R7

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