Chen Shaojie, CEO da DouYu.com, estaria desaparecido há quase três semanas e sendo investigado, conforme informou um canal estatal chinês
Porto Velho, RO - O diretor-executivo da DouYu.com – um serviço chinês de transmissão ao vivo apoiado pela Tencent – tornou-se o mais recente executivo de alto escalão a desaparecer misteriosamente na China.
De acordo com uma reportagem do Cover News, um meio de comunicação estatal chinês, o CEO da DouYu.com, Chen Shaojie, estaria desaparecido há quase três semanas e sendo investigado, conforme relatos não confirmados.
O meio de comunicação não disse quais autoridades podem estar por trás da investigação e a empresa de DouYu.com não respondeu a um pedido de resposta da CNN.
O CEO de 39 anos fez sua última aparição pública em agosto, quando falou na teleconferência sobre os lucros trimestrais da empresa com analistas financeiros, disse a reportagem da Cover News.
A DouYu foi listada na Nasdaq em 2019, onde levantou cerca de US$ 775 milhões em uma das maiores ofertas de ações de uma empresa chinesa em Wall Street naquele ano.
A empresa DouYu.com, que significa “peixe lutador” em chinês, é frequentemente comparada ao serviço Twitch, da Amazon. Ele hospeda transmissões interativas ao vivo de videogames em seus aplicativos para computadores e smartphones, ao mesmo tempo que permite que os usuários conversem em tempo real e os convida a assistir a outros conteúdos criados na plataforma.
O sumiço inexplicável de Chen ocorre em um momento em que a China segue com sua política de repressão à corrupção entre altos executivos, especialmente nos setores financeiro e tecnológico.
Em um breve comunicado no sábado (4), o principal órgão anticorrupção da China disse que estava investigando Zhang Hongli, antigo executivo sênior do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), um dos “quatro grandes” credores da China.
Zhang era “suspeito de violar gravemente regras e leis”, uma frase comumente usada para se referir à corrupção, disse a Comissão Central de Inspeção Disciplinar, sem fornecer mais detalhes.
Bao Fan, um importante banqueiro de investimentos e negociador de tecnologia, também foi apanhado na varredura. Em maio, a mídia estatal chinesa informou que Bao estava sob custódia da agência anticorrupção desde o seu desaparecimento em fevereiro.
Até agora, neste ano, a comissão já investigou mais de uma dúzia de altos executivos das instituições financeiras mais importantes do país, de acordo com uma análise anterior da CNN de declarações publicadas no site da CCDI.
Outras indústrias não escaparam. Xu Jiayin, que já foi um dos homens mais ricos da China e presidente da empresa imobiliária chinesa Evergrande Group, foi levado pela polícia, de acordo com um documento da empresa enviado à bolsa de valores de Hong Kong em setembro.
A empresa afirmou ter sido notificada pelas “autoridades competentes” de que foi sujeita a “medidas obrigatórias nos termos da lei por suspeita de crimes”. De acordo com o sistema jurídico chinês, as medidas “obrigatórias” ou “compulsórias” podem incluir detenção e prisão formal.
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