'Dama das armas': quem é a ex-miss paraguaia suspeita de municiar PCC e Comando Vermelho

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'Dama das armas': quem é a ex-miss paraguaia suspeita de municiar PCC e Comando Vermelho

Ao lado do marido, Julieta Nardi é diretora de uma empresa que importava armas da Europa e movimentou R$ 1,2 bi em três anos

Porto Velho, RO - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (5) uma megaoperação, batizada de Dakovo, contra um esquema "complexo e multimilionário" que teria as principais organizações criminosas do Brasil — PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho — como destino na rota de tráfico internacional de armas.

O grupo sob suspeita teria movimentado, em três anos, cerca de R$ 1,2 bilhão. Foram comercializadas nesse período aproximadamente 43 mil armas, entre pistolas e fuzis.

Os investigadores já prenderam 19 alvos, mas há ainda dois importantes foragidos: o argentino Diego Hernan Dirísio, apontado como o dono da empresa que teria importado as armas ao longo dos últimos anos, e sua companheira, a ex-modelo Julieta Nardi.

Hernan Dirísio e Nardi comandavam a empresa baseada em Assunção, no Paraguai. Eles eram responsáveis pela coordenação das operações de compra e venda de armas, ainda segundo a corporação. O inquérito sugere que o argentino fazia as tratativas ciente de que os armamentos estavam sendo destinados ao crime organizado, abastecendo as principais facções brasileiras.

Conhecida da Justiça


Nardi já é conhecida da Justiça

Eleita miss fotogênica do Miss Hawaiian Tropic 2009 e vencedora de um importante concurso de beleza da TV paraguaia em 2001, Nardi era conhecida no Paraguai pelos trabalhos como modelo.

Entretanto, para a Justiça do país, o que chamava atenção não era a beleza da jovem, mas sim as amizades. Aos 23 anos, Nardi foi convocada pelo Ministério Público do Paraguai para prestar esclarecimentos sobre sua amizade com Gregorio Papo Morales, conhecido por sua extensa ficha criminal.

De acordo com o portal paraguaio ABC, após o ocorrido, Nardi passou um tempo no ostracismo, participando somente de desfiles em Assunção, capital do país.

Importação de armas ocorre há mais de uma década, diz PF

Milhares de armas foram apreendidas

A PF ressaltou que a empresa de Hernan Dirísio e Nardi importa armas há mais de uma década. Inicialmente, seus fornecedores ficavam baseados nos Estados Unidos, mas os fabricantes americanos suspenderam as vendas após terem observado que a empresa desviava os armamentos para o crime organizado.

Em razão do bloqueio, o argentino recorreu a fornecedores na Europa, a começar por fabricantes da Croácia. Os investigadores revelam que, após a quadrilha ter entrado na mira da PF, os fornecedores croatas também suspenderam as vendas. A medida fez a organização buscar armamentos em outros mercados europeus, baseados na Turquia, República Tcheca e Eslovênia.

A Polícia Federal aponta dois eixos financeiros ligados à organização: um deles usado pelas facções criminosas para pagar armas ilegais sob encomenda e outro que envolvia o repasse de valores aos fabricantes, feito pela empresa importadora comandada pelo casal.

Os investigadores dizem que a companhia baseada em Assunção usava um sistema de lavagem de dinheiro centralizado em Miami: o dinheiro era transferido a empresas de fachada nos Estados Unidos. Depois, outra companhia fictícia fazia os repasses para os fabricantes na Europa.

Conforme o MPF (Ministério Público Federal), a estimativa é que, desde o início das investigações, a empresa investigada tenha importado cerca de 43 mil armas para o Paraguai, movimentando cerca de R$ 1,2 bilhão em três anos.

No Brasil, foram realizadas 67 apreensões nesse período, que totalizam 659 armas. Elas ocorreram em dez estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará.

Hernan Dirísio e Nardi são alvo de um mandado de prisão preventiva com fins de extradição. Eles são suspeitos de coordenar 30 operações de tráfico internacional de armas, além de participar de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os agentes da Polícia Federal continuam buscando por eles no Paraguai.

A reportagem do Estadão e do R7 não conseguiu localizar a defesa do casal. O espaço segue aberto para manifestação dos citados.

Fonte: R7

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