Na ata da reunião, divulgada nesta terça-feira, o colegiado afirma que “o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”. Ou seja, um descontrole fiscal tem impacto direto na política de redução da taxa básica de juros.
O Banco Central passou a baixar as taxas de juro em meados deste ano, com sinais consistentes do processo de desinflação, como mostra reportagem de VEJA desta semana. Porém, as dúvidas sobre o cumprimento da meta fiscal de 2024, que é déficit fiscal zero, tendem a desancorar expectativas. O Congresso vota nessa terça-feira a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que define a meta fiscal de zerar o déficit. Enquanto isso, o Ministério da Fazenda tenta passar projetos para aumentar a arrecadação, como a medida provisória das subvenções.
“As expectativas de inflação seguem desancoradas e são um fator de preocupação. O Comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”, afirma o colegiado.
Enquanto monitora a política fiscal, o Copom reafirmou que deve continuar em seu ritmo de cortes “de mesma magnitude nas próximas reuniões”. A próxima reunião do comitê é no fim de janeiro e a expectativa do mercado é que a Selic encerre o ano em 9,25% em 2024.
Fonte: Terra.com
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