Blogueira é acusada de enganar clientes como falsa advogada de imigração; ela pode ficar presa por até 20 anos
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) chamou Patrícia de "criminosa, mentirosa e sem escrúpulos". Em postagem na rede social X (antigo Twitter), o parlamentar afirmou que a jornalista o acusou de ter cometido "diversos crimes".
Em 2022, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou a remoção dos posts publicados no Twitter com conteúdo pornográfico falsamente atribuídos ao deputado. Essas postagens foram iniciadas pela conta de Patrícia, nome citado no processo.
Em trecho da decisão, a juíza Beatriz Junqueira Guimarães legitimou o discurso do parlamentar, que alegou ter sido vítima de fake news e atendeu a urgência do pedido.
"Com base nas fotos juntadas com a inicial, é possível verificar que um usuário denominado @lelispatricia publicou em sua conta do Twitter montagens de fotos com imagem de pornografia junto a fotos do promovente", argumentou a magistrada.
Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também compartilhou o comunicado da Justiça americana e ironizou a situação. Lélis acusou o parlamentar de ameaçá-la após troca de ofensas públicas em 2017. Na ocasião, ela afirmou que ele a teria chamado de "otária" e prometido "acabar com a sua vida" caso a discussão continuasse.
No entanto, relatório da Polícia Civil do Distrito Federal de 2021 aponta que havia indícios de crime de denunciação caluniosa de Lélis contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época da acusação, ela trabalhava no PSC, então sigla de Eduardo Bolsonaro, com quem chegou a namorar. Então procuradora-geral da República, Raquel Dodge apresentou denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o parlamentar, e o caso foi depois remetido à primeira instância.
"FBI procura a moça acima, acusada de dar golpe nos EUA. Quem poderia imaginar?", escreveu o parlamentar no Instagram nesta segunda-feira.
Quem é Patrícia Lélis?
A jornalista e blogueira de 29 anos ficou conhecida em 2016, após ter acusado o pastor e deputado federal Marcos Feliciano (PL-SP) de estupro. Dois anos depois, porém, o juiz Aimar Neres de Matos, da 4ª Vara Criminal de Brasília, arquivou o processo contra o parlamentar, acolhendo pedido do Ministério Público do Distrito Federal.
O órgão defendeu que não era possível "vislumbrar elementos mínimos para a propositura de ação penal". O Ministério Público ainda denunciou Patrícia por falsa comunicação de crime e extorsão de Talma Bauer, então chefe do gabinete do parlamentar.
Em 2018, Patricia Lélis chegou a ser candidata a deputada federal por São Paulo filiada ao Pros, mas não obteve o número mínimo de votos para conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados.
A jornalista também foi alvo de investigação dentro do PT pela sua expulsão da legenda por declarações transfóbicas, em 2021. A decisão foi tomada após a jornalista publicar um vídeo nas redes sociais em que fala que uma mulher trans "mostrou seu pênis a outras mulheres e adolescentes" ao entrar em um banheiro em Los Angeles.
"Externamos nosso repúdio às postagens publicadas por Patrícia Lélis e informamos que vamos aplicar ao caso as normas estatutárias cabíveis, de forma a deixar claro que o PT jamais compactuará com narrativas de ódio e preconceito como é a transfobia", disse o partido em nota publicada em 2021.
Fonte: O GLOBO
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