Porto Velho, RO - Cerca de 50 sobreviventes dos ataques do Hamas contra um festival de música em 7 de outubro em Israel apresentaram pedido de indenização de 50 milhões de euros contra o Ministério da Defesa e o Exército israelense, por negligência.
A ação foi apresentada em tribunal de Tel Aviv, com base em alegações das autoridades de segurança israelenses de que dispunham de informações sobre possíveis ameaças contra o festival, perto do kibbutz Rei`m, um dos locais onde o Hamas cometeu os ataques."Seria necessária uma única chamada telefônica de funcionários das Forças de Defesa de Israel [FDI] ao comandante responsável pela festa para que fosse imediatamente dispersada", diz o grupo em sua queixa, segundo o diário The Times of Israel.
"Considerando o perigo esperado, teriam sido salvas vidas e evitadas lesões físicas e mentais a centenas de participantes na festa, incluindo os que apresentam esta queixa. A negligência e o grave descuido são incríveis", diz o recurso, dirigido também ao Serviço de Segurança (Shin Bet) e à polícia de Israel.
A petição, no valor de 200 milhões de shekel (50 milhões de euros) de compensação - por danos físicos, psicológicos ou despesas médicas - inclui o relato de sobreviventes sobre diversos crimes praticados na ocasião, e como os homens do Hamas conseguiram escapar durante as mais de seis horas em que ocorreu a ação armada.
"O Hamas assassinou 364 participantes na festa e sequestrou 40, alguns já libertados e outros que continuam desaparecidos. Muitos ficaram feridos física ou mentalmente, incluindo os que apresentam esta queixa", prossegue o texto.
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado após um ataque sem precedentes do movimento islâmico palestino em território israelense em 7 de outubro.
No total, foram mortas nesse dia 1.140 pessoas, a maioria civis, incluindo cerca de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelenses. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel assegurando que 127 permanecem em Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento palestino, bombardeia desde 7 de outubro a Faixa de Gaza. Segundo o governo local, liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 22 mil pessoas - a maioria mulheres, crianças e adolescentes - e feridas mais de 54 mil, a maioria civis. Também foram destruídas a maioria das infraestruturas e cerca de 2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas, a quase totalidade do enclave, de 2,3 milhões de habitantes.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade. Desde 7 de outubro, mais de 300 palestinos também já foram mortos pelo Exército israelense e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, ocupados pelo Estado judaico.
Fonte: Agência Brasil
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