‘Tenho filhos, tenho família e tenho medo’, diz à CNN pré-candidata ameaçada

Josie Dartora foi ameaçada em vídeo gravado por políticos da região de Caieiras, onde é pré-candidata a prefeita pelo PV. Um deles aparece segurando uma arma

Porto Velho, RO - A pré-candidata do PV à prefeitura de Caieiras, na região metropolitana de São Paulo, conversou com a CNN sobre a ameaça que sofreu nesta semana.

Josie Dartora disse que teme pela família, pelos filhos e pela integridade dela e lembrou do atentado sofrido pela então vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL) em 2018.

“Eu tenho recebido todo tipo de ameaça e intimidações. Sim, por ser mulher e por atuar com muita firmeza na oposição. Depois que eu me lancei pré-candidata a prefeita da cidade, as ameaças aumentaram ao ponto de eu só poder sair de casa com segurança particular. Eu tenho medo, eu tenho família, eu tenho filhos e me preocupa muito a minha integridade física e a deles”, disse à CNN Josie Dartora, que é vereadora em Caieiras.

Um vídeo que circulou pela internet e por grupos de whatsapp nessa quinta-feira (25) mostra dois homens ameaçando a candidata. Felipe Lima Franco aparece segurando uma arma ironizando Josie e dizendo que defenderia Caieiras ‘na bala’. Henrique Stocco vai além e diz que ‘prefeita, só se for no cemitério’.

As imagens viralizaram. Franco desistiu da pré-candidatura a vereador pelo Solidariedade em Franco da Rocha e saiu do partido, que repudiou a ameaça.

Antes de fechar o perfil do Instagram, ele divulgou uma nota e um vídeo em que pede desculpas à Josie e afirma que as falas e o comportamento foram ‘extremamente desrespeitosos’. A política registrou um boletim de ocorrência contra ele.

Henrique Stocco era assessor de um colega de Josie na Câmara Municipal de Caieiras, Carlos Alberto Albino Júnior, conhecido como Juninho. O parlamentar que havia acabado de sair da UTI depois de uma cirurgia disse repudiar os ataques e afirma que o assessor se afastou da equipe. A CNN ainda tenta contato com Stocco.

Dartora avalia que os ataques que ela sofre são mais pesados pelo fato de ser mulher e de oposição. “A gente viu o que aconteceu com a Marielle Franco e a gente precisa urgentemente acabar com essa cultura de ódio e acabar também com essa cultura de culpar a própria vítima. A situação já está nas mãos da justiça, eu acredito e eu confio muito que a justiça será feita e que as pessoas envolvidas serão punidas pelo crime que cometeram”, acrescentou a vereadora.

“E também que toda a sociedade se mobilize para combater esse tipo de crime, porque a política tem que ser lugar de debate, de diálogo e de construções para uma cidade mais justa, para uma cidade com mais qualidade de vida, uma cidade que tenha cultura de paz e que não tenha violência”, completou ela.

No começo do mês, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) apresentou um projeto de lei complementar que tem como objetivo ajudar esses estados que ainda devem valores ao governo federal.

Fonte: CNN Brasil