Instrutor de mergulho encontrou o anel bem preservado com um detector de metais e, em seguida, usou pistas no anel para tentar localizar seu dono
Porto Velho, RO - Em outubro deste ano, Alex Davis mergulhava na costa sul de Barbados com um detector de metais, como costuma fazer algumas vezes por mês. Geralmente, ele consegue encontrar tampas de garrafa e pregos enferrujados sob camadas de areia e coral. Dessa vez, já no fundo do mar, ele ouviu um leve bip: era o som distinto do dispositivo encontrando ouro.
O que Davis encontrou foi um anel de formatura dourado perdido no oceano há quase 50 anos, com o ano de 1965 gravado, as palavras “McMaster University” e a águia do brasão da universidade canadense. Uma pedra polida e marrom-avermelhada, provavelmente uma granada, que combinava com as cores da escola, estava incrustada no centro.
— Tive aquele momento tipo o Sméagol de ‘O Senhor dos Anéis’ — disse Davis, de 34 anos, imitando a voz que o personagem de J.R.R. Tolkien faz ao segurar o Um Anel enquanto se transforma em Gollum.
Ao voltar para casa, Davis examinou o anel com mais atenção e notou que, no interior da faixa, havia três letras: FMP. Acreditando serem as iniciais do dono, Davis entrou em contato com a associação de ex-alunos da universidade.
Seu pedido chegou a Karen McQuigge, diretora de engajamento com ex-alunos da McMaster University, que pesquisou no banco de dados de ex-alunos. Ela rapidamente encontrou um ex-aluno formado em 1965 chamado Frederick Morgan Perigo e forneceu a Davis o e-mail de Perigo registrado no sistema.
Perigo, que não respondeu a um pedido de entrevista, disse a Davis e ao jornal The Hamilton Spectator que havia perdido o anel durante as férias e assumido que ele estava perdido para sempre.
Enquanto estava em Barbados, em 1975, Perigo brincava com seu filho pequeno na praia quando uma onda derrubou a criança, de acordo com o Spectator, de Hamilton, em Ontário. Ao ajudar o filho a se levantar, Perigo disse que o anel escorregou de seu dedo e se perdeu no oceano. A família procurou pela praia, mas sem sucesso.
Então, 49 anos depois, no dia 22 de outubro, um dia antes de Perigo completar 83 anos, uma caixa chegou à sua casa em Burlington, Ontário, contendo sua posse há muito perdida. Davis havia providenciado o retorno.
“O mar dá e o mar tira”, disse Davis em uma entrevista por telefone. Ele acrescentou que devolver o anel ao verdadeiro dono foi uma decisão óbvia: “Nunca senti que o anel era meu.”
O anel estava em condições quase perfeitas, com quase nenhuma corrosão, e a pedra central estava intacta.
“Foi um choque”, disse Perigo ao Spectator. “Foi o presente de aniversário de 83 anos mais milagroso que eu poderia ter recebido.”
Na manhã seguinte à descoberta do anel de Perigo, Davis voltou ao oceano com seu detector de metais em mãos. Ele não encontrou nada notável. Em geral, mais tampas de garrafa e pregos enferrujados. Mas, em algum lugar na costa de Barbados, outro tesouro há muito perdido pode estar esperando para ser descoberto.
Fonte: O Globo
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