Porto Velho, Rondônia – Em uma carta carregada de emoção e desespero, Júnior Lopes, ex-secretário da SEJUCEL (Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer), atualmente preso sob acusação de obstrução de investigações conduzidas pelo Ministério Público de Rondônia, faz um apelo público. O documento, escrito de dentro da prisão, revela a angústia de quem se sente injustiçado e abandonado.
Na carta, Júnior Lopes desabafa sobre sua trajetória de vida, marcada por lutas e conquistas que, segundo ele, sempre foram guiadas pela honestidade e pelo desejo de fazer o bem. Ele recorda seu passado humilde, a dedicação à família e as realizações profissionais que, em suas palavras, tiveram como principal objetivo honrar seu pai, já falecido.
“Lutei minha vida toda para orgulhar meu pai, para dar a ele o sorriso que tanto me motivava. Trabalhei incansavelmente para beneficiar a população, mas agora me vejo julgado e condenado injustamente”, escreveu Lopes.
Trajetória marcada por dedicação e desafios
Lopes destacou sua passagem pela SEJUCEL, onde afirma ter trabalhado arduamente para promover eventos culturais e esportivos, como o "Duelo na Fronteira", os Jogos Intermunicipais e o "Flor do Maracujá". Segundo ele, essas ações só foram possíveis graças às emendas parlamentares destinadas à secretaria, sempre aprovadas conforme a legislação.
O ex-secretário também rebate as acusações de direcionamento de recursos, afirmando que todas as transações foram realizadas com o devido acompanhamento técnico e jurídico. “Fiscalizei cada etapa. Não sou culpado por algo que nunca fiz”, declarou.
Solidão e decepção
Em tom de desabafo, Lopes lamenta a falta de apoio que sente nesse momento de dificuldade. “Ninguém se importa se sua irmã está com câncer, se sua mãe está doente ou se seus filhos sofrem. Importante é divulgar a desgraça dos outros para ganhar likes", escreveu.
Ele também criticou aqueles que, segundo ele, se beneficiaram de seu trabalho, mas hoje permanecem em silêncio diante de sua situação. “Trabalhei para transformar vidas e agora sou abandonado por quem ajudei”, afirmou.
Reflexão sobre fé e justiça
Apesar da dor expressa na carta, Lopes revelou que encontra consolo na fé. Ele acredita que a justiça divina prevalecerá. “Se não fosse por Jesus Cristo, já teria desistido de tudo. Rezo todos os dias para Deus me dar forças e perdoar aqueles que me fizeram mal”, desabafou.
Impacto na família
Um dos momentos mais tocantes da carta é quando Lopes relata o impacto das acusações sobre sua família. Ele descreve a dor de se despedir dos filhos, da esposa e da mãe antes de ser preso, e relata a pergunta de sua filha de 6 anos: “Papai, por que estão fazendo isso com você?”.
Repercussão e próxima etapa
A carta de Júnior Lopes gerou comoção entre amigos, familiares e até mesmo parte da população que acompanhou suas ações enquanto esteve à frente da SEJUCEL. No entanto, as investigações seguem em curso, e o Ministério Público sustenta as acusações de obstrução.
Para Lopes, o momento é de resiliência. “A justiça de Deus não falha, e cada um colherá exatamente o que plantou”, concluiu.
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