PL usa história de família de Rondônia para pressionar Congresso por anistia de condenados do 8 de janeiro

Em uma ação para sensibilizar a opinião pública, parlamentares bolsonaristas levaram Vanessa Vieira e seus seis filhos à Câmara e ao Senado na última terça-feira (11), onde participaram de uma coletiva de imprensa organizada pela oposição.

Vanessa é esposa de Ezequiel Ferreira Luiz, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos de prisão por sua participação na invasão e depredação do Palácio do Planalto. Ele foi responsabilizado por crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado com uso de substância inflamável. Apesar das evidências e da sentença, Vanessa alegou que seu marido foi condenado injustamente e que ele apenas teria sido punido por “curiosidade”.

A ação política, no entanto, gerou controvérsias, pois Ezequiel Ferreira Luiz está foragido da Justiça, o que levanta suspeitas sobre a real intenção da mobilização. A presença de sua esposa e filhos tem sido explorada em eventos políticos para fortalecer o movimento em defesa da anistia dos condenados.

A proposta de anistia tem grande interesse para Jair Bolsonaro, que busca evitar sua inelegibilidade e reabilitação política. O ex-presidente, que pode ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, também enfrenta investigações por crimes como a venda ilegal de joias e falsificação de documentos para sua entrada nos Estados Unidos.

O uso político da família de um foragido reforça a estratégia bolsonarista de criar apelo popular para pressionar o Congresso a aprovar a anistia. O debate segue em pauta, enquanto Bolsonaro e aliados tentam evitar desdobramentos que possam inviabilizar futuras candidaturas.